terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Maria Gadú - "Viver um ano em segundos"


Maria Gadú com certeza foi a maior revelação da cena musical brasileira de 2009. Isso não sou eu quem confirma, mas sim uma gama enorme de críticos da área. Uma garota novinha, tímida, com um sorriso lindo, um abraço sincero e aconchegante. Mais do que isso, muito mais: dona de uma poderosa voz e de uma música tocante. Seu CD de estréia guardou boas surpresas para todo mundo. Muitos amaram, muitos odiaram ou acharam comercial; mas o certo é que este é um disco de impacto inicial. Talvez um pouco massacrado pelo excesso de músicas difundidas em novelas e minisséries (um total de quatro!). Porém, Gadú imprime seu jeitinho cativante no disco e até quem não curtiu muito, acabou se rendendo aos seus encantos, que colore e faz bem!


O ÁLBUM PASSO A PASSO

De cara, a suave “Bela Flor” mostra o paradoxo adotado entre a imagem metamórfica da Gadú, seus moicanos e suas baladinhas suaves. Se ao ver a foto da Maria, você espera um som pesado, pode mudar de idéia... “Altar Particular”, uma das mais belas do álbum, ganha arranjo sofisticado para uma letra forte. “Dona Cila” é simplesmente emocionante; assim como foi para Gadú, impossível não escutar essa música e lembrar-se de alguém querido que já se foi. “Escudos” já traz um pouco do ritmo ao disco, colada ao hit “Shimbalaiê”, que para mim é uma das mais fraquinhas, porém a mais conhecida do grande público e que tem umas frases lindas (Ser capitã desse mundo / Poder rodar sem fronteiras / Viver um ano em segundos / Não achar sonhos besteira). “Ne Me Quitte Pas” lógico que não tem a força visceral da versão definitiva da Maysa (Almodóvar que o diga!), mas ainda assim é uma bela e contagiante versão; além de fina, claro! “Tudo Diferente” é outra da série música fofa e redonda, ou música para comer, como definiria o Moska. Essa sim, acredito que teria força maior para música de divulgação. “Laranja” é a outra música que contagia pelo balanço, mesmo com letra fraca. “Lounge” é a típica música cabeça para se ouvir numa fossa: ótima! Suave e inteligente. Já “Linda Rosa”, prefiro não comentar, pois acho a mais insossa do álbum. “Encontro” tem uma vibe meio Pernambuco, um toque na introdução que lembra Lenine e uma letra linda de morrer. “A História de Lilly Braun” já virou uma versa definitiva para releitura do Chico Buarque, uma das maiores surpresas do CD. E para finalizar, a divertida “Baba” da Kelly Key aparece para a paixão e ódio das pessoas. Só a Gadú para conseguir tal resultado.


GADÚ EM RECIFE

Gadú já aportou no Recife duas vezes: a primeira para fazer a abertura do show do Moska. Um momento mágico, onde parecia haver no teatro apenas ela, seu banquinho e seu violão. A platéia toda vidrada, acompanhando e cantando suas composições. A segunda vez que Gadú veio a Recife foi recentemente para a prévia do Guaiamum Treloso (29/01/10), como convidada para uma participação no show do Lula Queiroga. E qual a surpresa que, mesmo para cantar apenas três músicas, ela era uma das mais aguardadas da noite, juntamente com a Teresa Cristina que também fez uma linda participação especial e da atração principal, os Titãs. Um show surpreso e delicioso na beira da praia, em Maracaípe. Fora as loucas idas ao aeroporto. Próxima parada: Cabedelo - Paraíba, dia 24/04/10. E depois, dia 05/06/10 - Gadú e Vercillo na prévia dos Dias dos namorado em pleno Chevrollet Hall! Louco para ver a voz da maria se espalhando naquele espaço imenso!

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